quarta-feira, 8 de julho de 2009

há-de...

Antes de entrar li um aviso informando que eu deveria deixar os sapatos do lado de fora, o fiz, e pisei naquele chão cheio de cacos, pontas e pregos que circundavam uma pequena almofada bem no centro da sala com uma caixa suspensa no teto, em cima dela. As paredes, o teto e os objetos eram repletos de espelhos e para todos os lugares que olhava me via.
Resolvi enfrentar o caminho, a fim de descobrir o que havia lá. Quando finalmente pisei na almofada, tingindo-a de rubro, abri a caixa perdendo o equilíbrio e caindo junto com o que havia nela, e fui surpreendida com um banho de tinta, na cor verde. A tinta escorreu pelo chão tirando os cacos e cobrindo o rastro de sangue que eu havia deixado. Olhando para aquela imagem no espelho me levantei, tentei limpar os olhos e segui caminhando até a porta, onde meu par de sapatos me esperava, limpo, para voltarmos juntos e esverdeados para casa.