sexta-feira, 28 de novembro de 2008

.libertinagem.

Via pelos dedos o que o breu não permitia. Pernas afastadas denunciavam a entrega da carne, que jazia quente e eriçada arrepiando como frio. Frio que predominava na espinha, pedindo matança da sede de líquidos. Embrenhavam-se em orifícios, apareciam e desapareciam deixando fonemas que não formavam palavras, mas comunicavam a proibição de final. Repetições que não cessavam e abriam eternamente possibilidades de novas posições. A tarde virou noite, que virou dia, dizendo que a gula não cedia trégua. Enfim, os membros não permitiam mais, mas com vontade de continuar dentro acendeu-se a luz. Olhos fatigados e quase satisfeitos fizeram um sorriso... que prometeu nova jornada.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

.revigorar.

Nunca impeça o que se pede,
reflita sobre o que se mede.
Não pare de pensar em permitir,
fere o que não se deixa fluir.
Não se refira ao que se findou,
foi por isso que o novo chegou.
Sinta o cérebro do incerto,
nele o prazer está por perto.
Deixe esta alma sorrir,
causando prazer em repartir.
Enxergue esperança no medo,
que pra derrota ainda é cedo.
Dê a ela um pincel sem cor,
ambas sabem as cores do pavor.
Queira escolher uma nova cartela,
podendo assim desenhar com ela.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

.mais um ano.

"Reciclar a palavra, o telhado e o porão...
Reinventar tantas outras notas musicais...
Escrever o pretexto, o prefácio e o refrão...
Ser essência... Muito mais...
Ser essência... Muito mais...
A porta aberta, o porto acaso, o caos, o cais...

Se lembrar de celebrar muito mais..."
Fernando Anitelli