segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Janela

"Janela, palavra linda.
Janela é o bater das asas da borboleta amarela.
Abre pra fora as duas folhas de madeira à-toa pintada,
janela jeca, de azul.
Eu pulo você pra dentro e pra fora, monto a cavalo em você,
meu pé esbarra no chão.
Janela sobre o mundo aberta, por onde vi
o casamento da Anita esperando neném, a mãe
do Pedro Cisterna urinando na chuva, por onde vi
meu bem chegar de bicicleta e dizer a meu pai:
minhas intenções com sua filha são as melhores possíveis.
Ô janela com tramela, brincadeira de ladrão,
clarabóia na minha alma,
olho no meu coração."

Adélia Prado

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

se_te

Ele tinha trauma daquele número, sete anos perdidos em um livro que nunca foi publicado, mais sete meses para realmente realizar o fato de que o conteúdo não se tornaria um bom livro.
Quando a conheceu, não era o mês sete e não demoraram sete meses, dias ou horas para que se encontrassem. Ela era a mulher perfeita (para o que acreditava ser) que em sete meses se tornou seu respiro. Ela havia nascido no dia sete e seu número da sorte... adivinhe?
Hoje ele pensa nela mais de sete vezes por dia.