quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Novos serem possíveis.

Em alguns momentos dou conta do cabresto que carrego. Será que é preciso surpresa pra que ele caia? A alegria harmônica predomina muito mais que o caos... e ainda sei valorizar o terror. Espantoso é o desabrochar de uma rosa parecer algo comum e ordinário, sendo que é maravilha divina ocorrendo esporadicamente ao nosso redor, e eu preocupada com o que virá, desvalorizando, ou melhor, nem questionando o incrível acontecer diário. Tem razão quando diz que quando pára pra pensar de novo no assunto do futuro ele nem parece tão pesado assim... talvez seja porque cair de chuva tenha sido percepção de mágica, sorrisos tenham sido percepção de conquistas e as dúvidas percepções de possíveis surpresas.
Quem salva uma formiga que caiu na água da panela é um ser-humano-fruto de um reconhecer eterno, de saúde que me permite tudo, paixão que me abre mundo, valor que me segura mudo... mudo de queixas e cego de feiúras.
Abrir os olhos, mas para ver.
Ter ouvidos, mas para ouvir.
Ser sorrisos, mas para sentir.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

.inteireza.

Comendo pão de queijo enquanto leio em voz alta um trecho do livro que me lembrou você:
"... um encontro casual era o menos casual em nossas vidas e de que as pessoas que marcam encontros exatos são as mesmas que precisam de papel com linhas para escrever ou aquelas que começam a apertar pela parte de baixo o tubo de pasta dentifrícia." Julio Cortázar

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

.revelar.

Mirar você enquanto diz tantas coisas que me fazem achar que sou uma pirada, maníaca.
Recear em dizer e um segundo depois ouvir uma resposta de uma pergunta que ficou na minha cabeça, que você nem chegou a ouvir e mesmo assim me deu.
Quando você vira a cabeça com olhos baixinhos, faz aquela expressão, aquela que você sabe... puta que pariu, se pudesse entrar pelas suas pupilas enquanto isso acontece, ia descobrir tudo que me faz amolecer, calar, vagar e rir.
Não sei porque lá em cima resolveram te esconder, mas sei que teriam me poupado de muitas coisas.
Acordar depois da nossa segunda-primeira vista e tê-la na frente dos olhos, mesmo longe, plantou um ponto de interrogação gigantesco no fim de uma pergunta que não quer calar:
-Por onde você andou?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dar começo.

Quando o destino surpreende, a impressão que dá é de que a teoria dura e fria levou uma porrada e desmontou tudo. Sem graça, disfarçadamente colho os caquinhos me convencendo de que nem era tão dura assim, e que a luz que saiu quando tudo desabou jaz dentro de mim, sempre. No dicionário o significado da palavra destino aparece também como vida. Quem sou pra negar? Quando paro pra pensar e observar com muita calma as coisas que aconteceram sem eu planejar, vejo uma regra que não posso dominar caindo sobre meus ombros dizendo: -Carregue! Todos os planos foram por água abaixo, todos os acasos ainda vivem em mim.
Encontrar é saber que aquilo, aquele, enfim... existe pra ser ou estar com você algum dia e chega leve entrando como chuva fina. Quando se dá conta, já dominou tudo, cabeça, corpo, vida... como tempestade.
Agora sinto que estou sem saber de mim, e das minhas capacidades. Era convencida de que o turbilhão no estômago nunca mais apareceria, mas que drama, fazendo o mundo escancarar pra mim tudo o que há de mais íntimo perdido por aí, e eu só não tive por que o tal do destino, sina... esse aí, não quis antes, quis agora.
Deitada olhando pro teto fiz minhas análises logísticas, e não é que esse tal tino faz tudo direitinho?!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

esCOLHE

O acaso se encarrega e a gente escolhe se carrega ou não.

Se é pra certificar se existe, dispensa-se um belisco.

Entre dormir ou não, optar por devaneios na madrugada.

Escolha e colha.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"...meus olhos deram de falar."

Apareceu como um repentino vento acariciando a pele, um segundo depois consegui ver beleza no que me rodeava sentindo as vidraças da minha estufa caindo estilhaçadas...