quarta-feira, 15 de julho de 2009

Breve

Mandaria flores, mas da última vez que se encontraram ele rasgou a carta dela ao meio e caiu em prantos. Ligaria, porque mesmo depois de apagar todas as anotações os números ainda estavam na memória, mas ela não atenderia. Daria outro animal de estimação, já que o responsável pelo sumiço de seu cão, Fleming, foi ele, mas ela não perdoaria. Iria até a casa dela, mas seria o início de uma guerra com marcas de arranhões na face e ela o mataria. Escreveria uma carta ou um e-mail, mas ela não responderia, e o que ele precisava era uma resposta.
Desolado, sem nada que pudesse fazer com que ela simplesmente soubesse que ele ainda pensava neles, que ainda gostava 'deles' e que se arrependera, resolveu fazer um avião de papel colocando no meio o biscoito favorito que Fleming gostava. De manhã abriu a janela do quarto, que ficava no décimo segundo andar, beijou a dobradura e lançou. Respirou aliviado e voltou a dormir os vinte minutos que lhe restavam antes do dia caótico que o esperava. Sorrindo sozinho e murmurando para o travesseiro rezou para que ele e o cão voltassem juntos e brevemente para casa.