quinta-feira, 18 de outubro de 2007

*aquele mês antes do aniversário.

Queria um dia, quando à beira do caos, conseguir finalizá-lo com coragem, vontade e as próprias mãos. Sei que no instante que aponto o objeto pontiagudo em direção à garganta, minha consciência toda se volta contra mim. É a maldita da esperança, essa porra de palavra que o ser humano insiste em cultivar e manter em existência. Pode-se pensar que aquele chavão famoso se concretize: - Uma hora tudo se resolve! Mas quem? Quem resolve? Já não tenho paciência para auto-resoluções, muito menos esperanças. A espera gera vontade, até uma alegria, mas o tempo tem um fim, claro, cada um de nós com seu próprio limite, mas sim, ele há de aparecer.
Se antes do fim o desejo se concretiza, ficamos pateticamente contentes. O êxito parece ser saudável, mas lá no fundo, no inconsciente escondidinho sabemos que é temporário, e que nossas alegrias são sempre sazonais.
Insisto em pegar o objeto pontiagudo e mirá-lo novamente. Vai que um dia o círculo vicioso esperançoso acaba... aí sim, valerá esperar!

PS: Isso pode parecer ridiculamente covarde, mas a meu ver, ridiculamente funcional.