Arnaldo fitou a garçonete que já sabia o pedido com um simples piscar de olhos, calda de sorvete em bife de contra-filé com farofa de pinhão, sua refeição predileta. Alice achou o prato peculiar, mas preferiu calar. Observava os gestos dele, que já conhecia há anos, como se fosse a primeira vez.
Depois do pedido ele voltou a seu livro de anatomia, na página sobre reprodução das sereias. Imaginava-a com uma calda de peixe, guelras e um canto encantador ao fundo. -Ela seria capaz de ser mais interessante que isso? -Não, impossível. Pensou.
Arnaldo aceitava uma namorada não-sereia, Alice aceitava um namorado com hábitos estranhos. O que os dois não aceitavam era o fato de ainda não terem sido apresentados.
domingo, 13 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Pôr escrito
Sentada de frente pro caderno com o lápis em uma mão e a borracha na outra, escrevia e apagava. Fazia uma pausa, pensava mais um pouco. Escrevia e apagava.
- Já sei!
- Sabe?
Balançou a cabeça, afirmando.
- Vou escrever a primeira frase no seu braço. Quando apagar, você volta pra eu escrever a outra.
- Mas, não era pra ser um livro?
- Vai ser.
- Já sei!
- Sabe?
Balançou a cabeça, afirmando.
- Vou escrever a primeira frase no seu braço. Quando apagar, você volta pra eu escrever a outra.
- Mas, não era pra ser um livro?
- Vai ser.
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